Salvé, ó Nilo...

09/06/2013 01:20

 

 

 

 
O Nilo é um dos rios mais extensos do mundo, percorrendo 6.696km através do nordeste africano . Nasce perto da linha do Equador e corre para o norte, em direcção ao Mar Mediterrâneo. Recebendo as águas das chuvas que caem nas suas nascentes, localizadas na África Equatorial e na Etiópia, o rio Nilo provocava anualmente no Egipto uma inundação, entre Julho e Novembro, depositando sedimentos que tornavam as margens de terra extremamente férteis, muito propícias para os cultivos agrícolas. Embora hoje essas cheias já não aconteçam devido à construção da barragem de Aswan, construída na década de 60, os camponeses do Egipto ainda hoje cultivam o solo aproveitando as águas do rio, que se mantém vital para a economia agrícola do país. Viajando pelo Nilo abaixo ainda podemos ver as plantações nos mesmos moldes que os antigos utilizavam.
Das águas do Nilo também prosperam até hoje o cultivo de papiros e a olaria ( fabrico de tijolos e potes de barro) que ainda são confeccionados no antigo estilo egípcio , feitos à mão.
 
 
 
 
As Civilizações dos Grandes Rios - Economia de Excedentes
 

As primeiras civilizações urbanas surgiram em extensas planícies, junto a grandes rios, com um regime anual de cheias. Estas inundações depositavam determinadas matérias que permitiam a fertilização dos solos, tornando-os propícios à agricultura. Após intensos trabalhos de construção de diques para suster as águas na época das enchentes, de construção de reservatórios para a guardar nos períodos de seca e construção de canais de irrigação, na região do Crescente Fértil, em cerca de 5000 a.C., a produção das aldeias que viviam da agricultura e da pastorícia ultrapassava com frequência as necessidades de cada um. Surgiam, assim, os excedentes agrícolas que incitavam à troca de produtos. Na aldeia surgia o mercado.


Mas o aumento da produção também estava relacionado com o uso de ferramentas de material mais resistente. À pedra, à madeira e ao osso, seguiu-se o metal. Talvez fosse a descoberta dos metais a que mais contribuiu para a evolução da aldeia para a cidade, ou seja, para o aparecimento de uma civilização urbana. A longo prazo, a metalurgia alterou tanto a forma de vida dos homens, como o tinha feito a agricultura.
Durante muito tempo a utilização dos metais foi escassa, sendo o cobre, por ser mais fácil de trabalhar, o primeiro de que encontramos testemunho. Desde 6000 a.C., que o cobre era martelado, sem aquecimento, na Ásia Menor e, desde cerca de 4000 a.C que apareceram no Egipto os mais antigos objectos de metal conhecidos — os alfinetes de cobre. Com a descoberta da técnica de aquecimento dos metais, surgiu o bronze como produto da fusão do cobre e do estanho. Apareceu pela primeira vez na Mesopotâmia e foi utilizado para o fabrico de armas e de objectos vários.
O trabalho de ouro e de prata, no fabrico de objectos de adorno desenvolveu-se, também, cerca do 4.o milénio a.C. A metalurgia do ferro só surgirá a partir dos finais do 2.º milénio a.C., pois, pela sua dureza, é muito mais difícil de trabalhar.
Os cursos de água, além de beneficiarem a agricultura, favoreceram as trocas, desenvolvendo-se junto ao litoral, a pesca, a navegação costeira e o comércio. O aumento da produção possibilitou o aumento da população e as novas actividades exigiram especialistas e divisão do trabalho. Foi assim que as antigas aldeias neolíticas cresceram e deram origem às primeiras cidades e às primeiras formas de civilização.
Na cidade vão concentrar-se várias funções e poderes - económico, administrativo, político e religioso. Os centros de riqueza e poder serão o Palácio, onde viviam os governantes da cidade e o Templo, dirigido pelos Sacerdotes. A necessidade de registar e controlar essa riqueza e as trocas de produtos conduziu a novas invenções: o cálculo e a escrita.
As mais antigos civilizações conhecidas foram: a civilização Suméria (na Mesopotâmia) a civilização Egípcia, a civilização do Vale do Indo e a civilização da China Antiga.