Religião Egipcia

09/06/2013 01:35

Religião Egípcia - História da Religião Egípcia

As crenças religiosas dos antigos egípcios tiveram uma influência importante no desenvolvimento da sua cultura, embora nunca tenha existido entre eles uma verdadeira religião, no sentido de um sistema teológico unificado. A fé egípcia baseava-se na acumulação desorganizada de mitos antigos, culto à natureza e inumeráveis divindades. No mais influente e famoso destes mitos desenvolve-se uma hierarquia divina e se explicava a criação do mundo.


De acordo com o relato egípcio da criação, no princípio só existia o oceano. Então Rá, o Sol, surgiu de um ovo (segundo outras versões de uma flor) que apareceu sobre a superfície da água. Rá deu à luz quatro filhos, os deuses Shu e Geb e as deusas Tefnet e Nut. Shu e Tefnet deram origem à atmosfera. Eles serviram-se de Geb, que se converteu na terra, e elevaram Nut, que se converteu em céu. Rá regia todas as coisas. Geb e Nut posteriormente tiveram dois filhos, Set e Osíris, e duas filhas, Ísis e Neftis. Osíris sucedeu Rá como rei da terra ajudado por Ísis, sua esposa e irmã. Set odiava seu irmão e o matou. Ísis embalsamou o corpo do seu esposo com a ajuda do deus Anúbis, que desta forma tornou-se o deus do embalsamento. Os feitiços poderosos de Ísis ressuscitaram Osíris, que chegou a ser rei do mundo inferior, da terra dos mortos. Horus, filho de Osíris e Ísis, derrotou posteriormente Set em uma grande batalha tornando-se rei da terra.

Desse mito da criação surgiu a concepção da eneada, grupo de nove divindades, e da tríade, formada por um pai, uma mãe e um filho divinos. Cada templo local tinha sua própria eneada e sua própria tríade. A eneada mais importante foi a de Rá com seus filhos e netos. Este grupo era venerado em Heliópolis, centro do culto ao Sol no mundo egípcio. A origem das deidades locais é obscura; algumas vieram de outras religiões e outras de deuses animais da África pré-histórica. Gradativamente foram se fundindo em uma complicada estrutura religiosa, ainda que comparativamente poucas divindades locais tivessem chegado a ser importantes em todo o Egito. As divindades importantes incluíam os deuses Amon, Thot, Ptah, Khnemu e Hapi e as deusas Hator, Nut, Neit e Seket. Sua importância aumentou com o ascendente político das localidades onde eram veneradas. Por exemplo: a eneada de Menfis era encabeçada por uma tríade composta pelo pai Ptah, a mãe Seket e o filho Imhotep.

De qualquer modo, durante as dinastias menfitas, Ptah chegou a ser um dos maiores deuses do Egito. De forma semelhante, quando as dinastias tebanas governaram o Egito, a eneada de Tebas adquiriu grande importância, encabeçada pelo pai Amon, a mãe Mut e o filho Khonsu. Conforme a religião foi se desenvolvendo, muitos seres humanos glorificados após sua morte acabaram sendo confundidos com deuses. Assim Imhotep, que originariamente fora o primeiro ministro do governador da III Dinastia Zoser chegou a ser conceituado como um semideus. Durante a V Dinastia, os faraós começaram a atribuir a si mesmos ascendência divina e desde essa época foram venerados como filhos de Rá. Deuses menores, simples demônios, ocuparam também um lugar hierarquico entre as divindades locais.

 


 

Os Egípcios, tal como os outros povos da Antiguidade, eram extremamente religiosos. Adoravam muitos deuses, isto é, eram politeístas. Cada região tinha os seus deuses, mas alguns eram adorados em todo o Egipto, como Osíris e Ísis (deuses ligados à fer­tilidade e fecundidade da terra e ao culto dos mortos), o deus-falcão Hórus (protector dos faraós, particularmente adorado durante o Império Antigo) e Ámon-Rá (o deus-Sol).
Relacionado com o culto dos deuses, estava o culto dos mortos. Como acreditavam na vida de além-túmulo, os egípcios criaram complicadas técnicas de embalsamamento dos cadáveres pois também acreditavam na reencarnação das almas. Por essa razão os corpos precisavam de estar intactos (mumificados) e para a alma reconhecer o corpo que habitara, desenhavam o mais fiel possível na tampa do sarcófago o rosto do morto que lá estava depositado.
No século XIV a.c., no reinado de Amenófis IV (c. 1377/1359 a.c.), o politeísmo egípcio foi temporariamente abolido e imposto o culto a um único deus - Áton, que simbolizava o Sol. Contudo, logo após a morte do faraó, regressou-se ao culto dos deuses tradicionais, ou seja, ao politeísmo.

 

O Politeísmo egípcio

s Egípcios foram um povo extremamente religioso. Acreditavam na existência de numerosos deuses, isto é, eram politeístas. Cada região tinha os seus deuses, mas alguns, mais prestigiados, acabaram por ser adorados por todo o Egipto, como Amon-Rê, o deus-Sol. Outras divindades igualmente importantes eram: Osirís, que os Egípcios acreditavam ter sido o primeiro rei-deus a governar a terra egípcia e que presidia ao julgamento dos mortos; Ìsis, esposa de Osíris e mãe de Hórus, o deus falcão, protector do faraó; Tot, deus da sabedoria; Hathor, deusa do amor e símbolo da fecundidade e muitos outros.

 

A maior parte desses deuses representavam forças da natureza ou grandes qualidades humanas. Isso explica que os Egípcios os imaginassem umas vezes com formas animais, outras vezes com formas humanas e, outras ainda, com formas mistas, humana e animal.
Para celebrarem o culto dos deuses, os Egípcios construiram imensos templos, alguns de dimensões grandiosas. Os templos tinham nimerosos sacerdotes, sacerdotisas, escribas e outras pessoas ao seu serviço. Dispunham de grandes propriedades, armazéns e oficinas, e recebiam ainda grandes ofertas dos fiéis.
Boa parte da riqueza produzida no Egipto era destinada à religião; à construção de templos; à manutenção do culto e do clero e, também, à preparação da vida para além da morte.
Ao longo dos três mil anos de história do Antigo Egipto, houve apenas uma tentativa de contrariar o politeísmo tradicional. O faraó Amenófis IV, que reinou por volta de 1370 a.C., procedeu a uma profunda reforma da religião. Instituíu o culto de um único deus, Aton, o disco solar. Todavia, esta tentativa era tão contrária às tradições e aos interesses do clero, que, após a morte de Alchenaton (novo nome adoptado por Amenófis IV), o seu sucessor, o jovem Tutankhamon, foi obrigado a regressar ao politeísmo, sob pressão dos sacerdotes.